quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

O autor

Todo o dia é o dia,
Assim imagino a cada manhã que eu levanto,
Acordo já deitado.
De tarde como em todas as tardes já me irrito,
Levo a vida no grito,
Grito bem alto por dentro.
Meu silêncio é por vontade de falar
Falar até demais.
Pra um futuro descontente
Talvez seja o instinto o bendito silêncio.
Ouvir besteiras me mata
Como podem dar importância a isso tudo?!
Sem família e sem vontade
Esquecem de tudo
Porque não me esquecem?!.
Tento passar desapercebido,
No silêncio eu não ouço meus gritos,
Rebeldia sem causa já não cola,
Ainda mais que eu tenho causas.
Cada palavra é um grito,
Todas juntos é um tapa,
Daqueles bem servidos.
Enquanto me sirvo do que não me serve,
Com pose faço cara de agrado,
Interpreto,
Sirvo pra arte e a arte me serve,
São duas medidas na vantagem que eu levo.
Uso cada palavra, cada momento, cada pessoa,
Construo personagens sem consultar o ator,
Que agregam ao texto.
De improviso como a vida deve ser,
As vezes drama, humor fugindo do trágico,
A cada ato enceno tudo.
As vezes presto,
As vezes não,
Mas nem quero,
Me dedico ao que me importo e o resto é resto.

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