sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

1999 - Minhas Tribos ( meu divisor de águas )

Adolescente dezesseis
Não me conhecia nem de corpo nem de rosto
Menino careta pensando
Sucesso, música e início de bebedeira
Cigarros sem trago
Comendo fumaça
Um atras do outro feito chaminé
Um amor
Menina bandida
Meu primeiro tudo
Seja bem vindo ao mundo !
Cresci minha imagem com mentiras e verdades
As verdades viraram mentiras
Mas eram verdades
Amei demais
Menti como forma de administrar esse amor
Nunca tinha vivido aquela vida
Ela experiente
Eu menino mimado
Por fim perdi
Por fim me virei desde então
De lá pra cá muitos erros
E acertos
Certeiros
Pra compensar
Não estou justificando nem pedindo desculpa
Estou me mostrando
Cresci
Já sem tempo
Hoje de menino só retrato antigo
Só lembrança e saudade
Eu tinha dezesseis
Ninguém me entendia
E eu não entendia ninguém
Hoje em vinte seis
No que cabe na idade
Quase nada sei


O amargo

Triste o entardecer
Anuncia o fim do dia
De eterno nem o céu
Nem o Sol
Nem o amor, posto que é chama
O frio do entardecer inflama a ferida aberta chamada coração
E engana
Ainda mais
Quem vive de ilusão
Da certeza do certo
Da direção dos olhos cegos
Cegos de paixão
A noite negra como a morte
Vem sem anunciação
Amando a mal amada
Amargurada de solidão
O só, o solto e o leso
Lesado te partilha o não
Já nua sem amor e sem afeto
Te vinga à mão aberta sem razão
De recompensa um sorriso discreto
ParadoxoAmor que não amor
Jura que ama eternamente
Vive intensamente cada estação
Com saudade do frio que já foi verão
Se pedis pra voltar
A noite ainda mãe da solidão
Ignora outro filho
Dorme a noite sem silêncio
Nua sob o olhar da tua negação


( essa poesia é de 2003 )

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Gentinha

Amanheceu o dia cinza
De tarde cinza
E noite de breu
Não lá fora
Aqui dentro
Brigas individuais
Gestos e agressões
Mundinho de sobrevivência sem legenda
Não entendo
Eu não entendo
Hierarquia burra
Come mortadela
Arrota caviar
E são tantos assim
Tantos
Tantas máscaras
Tantas interpretações sem personagens
E o meu mundinho cinza
É grande perto disso tudo
Da até pra eu me perder
Eu comigo sou unanimidade
Nós dois pensamos assim
Encaro tudo
E vou ser grande
Gigante
Maior que a sombra
E essa gente careta e sem propósitos
Vão ficar
E eu no barato do mundo
Clareando meus dias
Azul é a cor do meu mar
Ei, olha só o que vejo !
Arco Íris

Eu por si

Certas poesias
Verdadeiras piadas
E não falo de versos e prosas
Falo da poesia da vida
Pra que me entender?
Se tão pouco sabes
Nem metade sabes de mim
Minhas leves pegadas sem deixar rastro
Como areia na praia apaga a pegada
Com onda do mar
Pra que buscar o paraíso?
Pra que buscar o teu perfeito?
Se até mesmo os mais normais são imperfeitos
E você não é espelho
Ah eu não sou espelho
Único e singular
Variavel que não muda
Estavel como prédio pós terremoto
Eu não caí
Mas me ergo com jeito e elegância
Umbigos encardidos
Cuidem dos seus
Que o meu ta guardado
Tá limpo
É meu .

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Fada sem asas

O amor é imperfeito e incompleto
Porque antes de amor somos pessoas
E não há sequer no mundo uma perfeita

Nem pra si
Nem pra alguém
Deposite suas fraquezas em você
Não espere que a felicidade venha de um outro alguém
È egosimo pensar assim eu sei
Mas acontece que só eu sei o que já passei
Amor tem limite de satisfação
Exigir além é invasão da capacidade de amar
É esmolar sorriso e gestos que não cabem
Vai soar falsidade toda vez
O sincero é singular e espontâneo
É o que cabe na emoção e mais nada além
O amor é incompleto e imperfeito
Mas por mim
Tudo bem

A fórmula

Vidinha fútil
Viver é realmente isso?
Acordar deitado feito morto vivo
Conviver forçado com inimigos

Amores distantes
Vida passa
E eu não vejo
Não acompanho
Só vejo um Flash
O rascunho do que é meu
Que eu criei mas não vi
Quanto tempo tô perdendo aqui
Quantos abraços e sorrisos eu perdi
Lá o mundo passa enquanto meu relógio
Quer me envelhecer
Quer se despedir
O mundo é mesmo isso ?
Qual o sentido se tudo for somente assim?
A rotina é comprimido pra vidinha
Tem gente que não liga
Que não tá nem aí
Quando vê passou, já foi, já era
É tão tarde até pra se despedir
E o meu olho grande cheio de ambições
Traços rotas mudo o mundo sem lamentações
O que eu quero pego e faço
Rabisco e apago
Eu só quero o sentido pra isso tudo aqui
Não é só isso!
Eu sei que não é
A vida é maior que esse blefe tão voyeur
E quando eu encontrar
Adeus radar
Vou começar a vida
De meu jeito
Vou seguir

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

De volta a vida

Eu sai da estrada
Dirigi por entre ruas que eu criei
Imaginado mil destinos e viagens
Plantando as pegadas que eu deixei
Ninguém me supreende mais
Eu já vi tanta coisa
Absurda e abstrata
E eu dei mais do que eu podia pra você

Me vendi
Me enfeitei
Minti pra convencer
Que hoje eu não me reconheço
No espelho essa figura não sou eu
Devo ter deixado alguém nessa viagem
Ou será que foi eu mesmo que eu deixei
E agora que essa febre já passou
Coração em carne viva
Se é viva tudo bem
Eu não surporto essa mentira
Que agradar que nada
Nada de enganar com a própria vida
Será amor?
Agora que essa doença já passou
Vou atras das minhas virtudes que eu deixei
Eu estou de volta a vida
Quero retomar as vontades que eu abandonei
Nessa estrada
Tenho o dom te trazer pra perto
E a vocação de te afastar
Mas tudo bem
Tenho mais virtudes do que vícios
Tenho mais amigos
Que paixões
As paixões são tantas que eu nem contei
E o meu paradeiro
E o rastro
Entre flores e feridas que eu causei
Entre todas uma amiga triste
Tumores e entre linhas
Que eu não cicatrizei
E eu estou de volta a vida
Sem estradas nem passagem de volta
Só de ida
Vou viver meu recomeço
E o resto agora tanto faz
Eu me libertei

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Na sua

Percorro esse teu mundo
Tentando entender os sentidos
E nesse papo profundo
No fundo é tão divertido

E a linha que a gente percorre
Quem vai dizer que é a certa?
Nem eu nem você nem ninguém
Tem qualquer chave mestra
Calibres apontados na testa
Disparo em verso profundo
Minha força é no verbo
Meus olhos claros e escuros
Tem dias em que tudo acontece
Tem dias em que brigo com o mundo
Me abrigo nos braços de alguém que nem conheço
Segurança
Peço colo feito criança
Quem vai dizer que isso acontece
Com a gente e com mais ninguém?
Mentiras nas verdades
Que
eu contei
Você não tem idéia do quanto isso me faz bem
Só agora eu sei

Agora eu sei
Quem vai dizer que isso tudo é errado?
Quem vai falar palavras
duras?
Quem vai segurar minha mão?
Quem vai se perder na minha 3º intenção?
Quando eu já me perdi
Na sua

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Na sala de estar

Benzinho
Meu ego gigante quer te trazer pro lado de cá
Te trazer e te tratar
Conforme a música
No bar da bebedeira
Saideira e qualquer uma
Eu só quis te contar uma história
Anti romântica
Mas benzinho veja bem
Você também
Só quis me testar
Enquanto eu queria te servir pro jantar
Cachorro sem dono
Ou cachorro pidão
Eu mais um na esquina querendo atenção
Lato mas não mordo
Te provoco e te como
Como janta
Como planta

Eu alimento meus instintos
Primitivos
Você é aquela que queria
Agora se fazendo de oprimida
E eu dono meu da minha vida
Perco mais uma
Pouco de mim pra você
Pouco de mim pra mais alguém
Metade da metade da metade
Do que eu queria ser
Mas tudo bem eu me conformo
De outro modo
Benzinho
Não vai rolar
E nessa bagunça que eu me acho
Eu te espero amanhã pro jantar
E como não tenho mesa nem cadeira
Te como na sala de estar
Ah benzinho não duvide
Encontre outro alguém pra provocar

Das coisas que eu entendo

O que me da coragem
E ver que em volta todos são mais covarde que eu
Vida de pesadelo
Onde o barato era o sonho
Que se perdeu entre medos e vidinhas
O que me da medo
É pensar que posso ser mais um
Entre muletas e vícios
Me prender
Arriscar ainda é beira de precipício
Mas as quedas ainda vem mesmo sem o pulo

Dó relógio o que se altera é calendário
Números
Os dias são iguais passam desapercebidos
Eu e meus vícios

O que me da anciedade é repetir tudo amanhã
De novo e outra vez
Cade tudo aquilo que era sonho?
Sonhar é vital
Acordar é ato suicida
Estou sonambulo entre os dias
Ainda vou ser grande
E digo isso numa dessas faltas de sono
Em que tudo é real
Acredito em mim

E o que me da desespero
É confundir
O seguro e o certo
Cada um com sua importância
Um alimenta a vida

E o outro o Ego e o espirito
E o que me da raiva
É olhar e ver que eu ainda sou mais um

No grito

Quero erguer bandeiras na praça
Quero incendiar corações congelados
Quero um hino gritado e decorado
Da menina um beijo roubado
Lagrimas são de felicidade
E não sonhos abortados
Pros infelizes um abraço apertado
Ser dois além do espelho cortado
Quero o amor de uma irmã
O carinho de uma namorada
Quero as mãos dos meus pais
A liberdade dos acorrentados
A fiel loucura dos desajustados
Quero o braço e não a navalha
Cortando na cara
Quero miras de flecha no coração
E não janelas de vidros blindados
Amor cego na visão
Imperfeita paixão
Quero isso e isso tudo mais
O vício de viver cada segundo
Um gostinho amargo do único
Quero mais ser do que ter
E se tiver que sejas bem vindo

Dona do rio

O teu sorriso embriaga meu ego
E você nem se esforça pra isso
Devagarzinho você vem e me consome
Destrói minhas drogas e vira meu vício
Foi assim desde o início
Fica chorando baixinho até as tantas
Faz pose de boa garota
É do tipo que não se resolve
No fim da noite você já está quase sem roupa
Cada vez que você diz: Eu não posso entrar na tua vida de uma vez
Evita o que não se evita
Sofra mais por pensar em sofrer
Toda a vez que a vida lhe jogar na cara
Todo o errado que você cometeu
Lembre que ainda rolam os dados
E no fim cada um ganhou mais que perdeu
Vem me tirar das tuas mentiras
Na verdade nada nunca existiu
Faz o jogo de faz de conta
Eu contra a maré
Você dona do rio

O autor

Todo o dia é o dia,
Assim imagino a cada manhã que eu levanto,
Acordo já deitado.
De tarde como em todas as tardes já me irrito,
Levo a vida no grito,
Grito bem alto por dentro.
Meu silêncio é por vontade de falar
Falar até demais.
Pra um futuro descontente
Talvez seja o instinto o bendito silêncio.
Ouvir besteiras me mata
Como podem dar importância a isso tudo?!
Sem família e sem vontade
Esquecem de tudo
Porque não me esquecem?!.
Tento passar desapercebido,
No silêncio eu não ouço meus gritos,
Rebeldia sem causa já não cola,
Ainda mais que eu tenho causas.
Cada palavra é um grito,
Todas juntos é um tapa,
Daqueles bem servidos.
Enquanto me sirvo do que não me serve,
Com pose faço cara de agrado,
Interpreto,
Sirvo pra arte e a arte me serve,
São duas medidas na vantagem que eu levo.
Uso cada palavra, cada momento, cada pessoa,
Construo personagens sem consultar o ator,
Que agregam ao texto.
De improviso como a vida deve ser,
As vezes drama, humor fugindo do trágico,
A cada ato enceno tudo.
As vezes presto,
As vezes não,
Mas nem quero,
Me dedico ao que me importo e o resto é resto.

Meu melhor sorriso

Passo nas ruas e visto meu melhor sorriso
Embriago meu ego com elogios vindos
São bem vistos e premeditados
Rio sozinho feito louco, honro de fato como sou
Me confundo de frente ao espelho
O que sou passa longe do que quero
Filhos de putas são todos
Mau humor intolerante a beira da ignorância
Assim visto meu pior perfil
Despido de agrados, fazendo cara de macho
Cuspo assuntos e misturo com aspirina
Prozac, gardenal, tudo isso ajuda, faz virar poesia a rotina da vida
Merdas no ventilador me voltam na cara
Erro no tom e na fala
Minha língua navalha, te cuspo na cara minhas falhas
Me vejo sozinho, às vezes até que me cai bem o silencio
E quando eu divido, nem penso
Sobrevôo as estrelas, perdido no espaço
Um bagulho, disfarço, aos poucos me mato
Mas te levo, não duvide, te convenço
Me faço um favor, eu perto do fim
Perdi a noção, desconto no rim
Bebida, álcool, metanol e gim
Cigarros e adeus pulmão
Fumei minhas rotinas,
Traguei meus vícios
Soltei pelo ar da desgraça, o resto de preguiça e desfaço
De mim
Adeus não é fim
Então diga apenas enfim

Filha

Te olhando nos olhos te vejo por dentro
Teu olhar brilha
É doce e intenso
Minha imagem refletida nos teus olhos
Quanto amor em pouco tempo
Dependente de tudo
Como sabe que eu posso ser teu porto de segurança?
Sorriso banguela , como é pura, como é limpa
O que suja é o tempo , tomara que não
Te guardo enquanto posso , enquanto consigo
Te guio pelo caminho mais curto, de menor dor
Te carrego no colo e faço dormir
Te amo e é desde a idéia o nosso amor

Aqueles dias

Arrogância e prepotência,
Face arcada ao imaginário do perfeito
Pra poucos feito colarinho de cerveja
Olhos que me olham do avesso
Gatilho na ponta do meu dedo
Meu verbo corta mais que navalha na carne
Conto, em português errado, os porcos da estrada
Poemas,canções é minha praia.
Em riste para o mundo.Subsolo não é saída.
Armo barraco,consolo o fraco.
Poesia mãe amiga.
Mistura de sorriso e de risada
Raiz quadrada do desespero, me faço de figura do espelho do banheiro
Qual é a cor
Qual é cara
Me conta teus fetiches e te faço de piada
Luz de fim do tunel de cegueira da visão, vida , túmulo, costas marcadas
E o verbo que defini a oração
É maldição
É mau amada
Morta viva
Vilipendiada
Displicente no tratar.
Famosa na expressão
Samba teu altar
Aplica-se a ilusão
Reza a reza por rezar
Displicente roupa suja
Lingua nua
Vida crua
Acredita num umbigo meio teu
Centro do universo
Fora do lugar feito virgem irmã de puta
Gratidão, pena, carta branca e boca suja
Rima de éter com hetero
Aguça saliva e paladar
Bicha fodida em caco de vidro.
Constrói castelos e beija bandido
A poesia que consola e que atormente vira sopa
Feito morta levada por formiga arca a coluna só pra sentir mais uma fodida

O que quer que eu tenha

Olhando agora tudo em 26 anos
Entre dores no peito e angústia
Não sei se sou eterno
Não sou forte como imaginava
Poderia eu ter vivido mais
Cobiçado mais ou menos
Dar valor a coisas importantes de fato
E não dinheiro a qualquer preço
Deixando de lado pessoas, família, amores
Desculpa pela falta
Achei que fosse pra sempre
Não que eu vá embora
Mas sinto medo
E essa dor que não vai embora
Minha santidade evapora
E eu pergunto
E agora?
E agora?