sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Deixa de lado

Deixa de lado
Essa tristeza
Que insiste em me trazer pra terra
Para o que é real
E que nem sempre me atrai
Porque o que é gosto é sonhar
Me alimento de sonho
Me encho de esperança
Deixa de lado

Eles não sabem
Qualquer julgamento
É ato insano
Achismo avesso ao bairrismo
Amor ao umbigo próprio
Deixa que pensem
Isso é tão raro
E soliário
Quando não há ninguém pra comentar
Solitário , eu trovador
Entre meias palavras
Frases complexas
Eu me abrigo
No meu esconderijo
Um cantinho apertado
Que fica ali no seu coração
Eu me obrigo
Sempre
A ser tudo
Mas sendo pouco para cada
É exatamente aí
Em que tudo fica medíocre
Deixa que olhem
São olhos tão mais sujos
Vitrine encardida da alma
Como a descarga é o dedo que aponta
Deixa pra lá
Se isso tudo é errado
Vou errar sempre assim

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